BERLIM
Eu fui à Berlim duas vezes: janeiro de 2005 e janeiro de 2006. É uma cidade interessante, marcada pela história dos vencedores. Sim, porque eu não vi monumentos em homenagem aos soldados alemães mortos na Segunda Guerra Mundial. O que se encontra é o contrário.
No centro, perto do Portão de Brandesburgo, existe um enorme monumento, inclusive com dois tanques de guerra, em homenagem aos russos. Ao lado do Portão, foi construído outro de grandes dimensões - parece mais um cemitério - para os judeus, principais vítimas dos alemães na guerra. Deve ser lembrado ainda o Muro, que por anos dividiu a cidade, representando, de um lado, o capitalismo e do outro, simbolizando o comunismo. Em um passeio de ônibus, passei em frente a um prédio que tinha em destaque a imagem do Lênin e a famosa marca da União Soviética - o martelo e a foice.
Nas livrarias, não era visível essa visão da guerra. Havia vários livros tratando do Hitler e da Segunda Guerra, assim como existiam sobre os outros países. Nada de especial. O tema era tratado como algo comum.
As pessoas imaginam que, nas metrópoles, a maioria fala a língua local e o inglês. Não é o caso de Berlim. Mesmo no aeroporto ou em lanchonetes e restaurantes, nas lojas, o que se fala é o alemão. É diferente de Paris. Tive essa impressão. Na capital francesa, as pessoas sabem inglês, mas preferem falar em francês. Se você chegar num lugar falando inglês direto, muitas vezes, eles não te respondem. Você teria que ser educado e dizer em francês: "bom dia, você fala inglês? por favor". A resposta viria em inglês e pronto. Em Berlim, não funcionava. Mesmo assim, era bom avisar que você não falava bem o alemão. Assim, o atendimento ocorreria normalmente - mas não em inglês.
Diferente de outras cidades que visitei na Europa, nas ruas, percebi uma população mais jovem e aparentemente mais liberal. Por exemplo, na calçada eu vi um casal de homossexuais, passeando de mãos dadas, um loiro e um negro.
Apesar de ouvir falar muito da noite de Berlim, não a conheci. Janeiro é inverno por lá, sempre neva e eu achava melhor sair durante o dia. Lá existe uma ilha de museus. Nenhum deles é tão grandioso como o Louvre, mas é um bom passeio.
Mesmo gostando da cidade, não moraria na Alemanha nem em outro país. Visitar como turista é uma coisa, você sempre é bem tratado. Agora, quando o assunto é imigrante, os europeus mudam o tom e imagino que você deve ser visto como um intruso ou tratado como cidadão de segunda categoria.
Em suma, viajar é bom, mas morar onde você nasceu parece que te dá mais liberdade, você sente que pertence àquele lugar e, neste aspecto, você é respeitado.
Eu fui à Berlim duas vezes: janeiro de 2005 e janeiro de 2006. É uma cidade interessante, marcada pela história dos vencedores. Sim, porque eu não vi monumentos em homenagem aos soldados alemães mortos na Segunda Guerra Mundial. O que se encontra é o contrário.
No centro, perto do Portão de Brandesburgo, existe um enorme monumento, inclusive com dois tanques de guerra, em homenagem aos russos. Ao lado do Portão, foi construído outro de grandes dimensões - parece mais um cemitério - para os judeus, principais vítimas dos alemães na guerra. Deve ser lembrado ainda o Muro, que por anos dividiu a cidade, representando, de um lado, o capitalismo e do outro, simbolizando o comunismo. Em um passeio de ônibus, passei em frente a um prédio que tinha em destaque a imagem do Lênin e a famosa marca da União Soviética - o martelo e a foice.
Nas livrarias, não era visível essa visão da guerra. Havia vários livros tratando do Hitler e da Segunda Guerra, assim como existiam sobre os outros países. Nada de especial. O tema era tratado como algo comum.
As pessoas imaginam que, nas metrópoles, a maioria fala a língua local e o inglês. Não é o caso de Berlim. Mesmo no aeroporto ou em lanchonetes e restaurantes, nas lojas, o que se fala é o alemão. É diferente de Paris. Tive essa impressão. Na capital francesa, as pessoas sabem inglês, mas preferem falar em francês. Se você chegar num lugar falando inglês direto, muitas vezes, eles não te respondem. Você teria que ser educado e dizer em francês: "bom dia, você fala inglês? por favor". A resposta viria em inglês e pronto. Em Berlim, não funcionava. Mesmo assim, era bom avisar que você não falava bem o alemão. Assim, o atendimento ocorreria normalmente - mas não em inglês.
Diferente de outras cidades que visitei na Europa, nas ruas, percebi uma população mais jovem e aparentemente mais liberal. Por exemplo, na calçada eu vi um casal de homossexuais, passeando de mãos dadas, um loiro e um negro.
Apesar de ouvir falar muito da noite de Berlim, não a conheci. Janeiro é inverno por lá, sempre neva e eu achava melhor sair durante o dia. Lá existe uma ilha de museus. Nenhum deles é tão grandioso como o Louvre, mas é um bom passeio.
Mesmo gostando da cidade, não moraria na Alemanha nem em outro país. Visitar como turista é uma coisa, você sempre é bem tratado. Agora, quando o assunto é imigrante, os europeus mudam o tom e imagino que você deve ser visto como um intruso ou tratado como cidadão de segunda categoria.
Em suma, viajar é bom, mas morar onde você nasceu parece que te dá mais liberdade, você sente que pertence àquele lugar e, neste aspecto, você é respeitado.