OLIVEIRA, Selmane Felipe de (2011). Unze. Http://profelipego.weebly.com/unze.html
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Direitos Autorais Protegidos
Obra registrada na Fundação Biblioteca Nacional
Copyright 2011 / Selmane Felipe de Oliveira
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A ORIGEM DA DOR
... E SE ESSES FOSSEM OS ÚLTIMOS 5 ANOS DE SUA VIDA ?
ZEITGEIST & KOSOL
PALAVRAS E SEXO
DINHEIRO E FAMÍLIA
KARL MARX
PESQUISAS CIENTÍFICAS E TEXTOS OPINATIVOS
GOVERNO PETISTA E CHAVISMO
"SERIAL KILLER"
SEXO
CONTATO HUMANO
POLITICAMENTE CORRETO
REACIONÁRIOS
A EDUCAÇÃO BRASILEIRA
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A ORIGEM DA DOR
A dor para o indivíduo não é subjetiva ou relativa. Ela é real. Para resolver uma "conseqüência" deve ser procurada a "causa".
Para Freud, a origem estaria no inconsciente e a solução seria o tratamento com a terapia, a conversa entre o psicanalista e o paciente. Para os psiquiatras e os neurocientistas, a origem seria orgânica e o tratamento seria feito com remédios. Para os espíritas e alguns adeptos das teorias orientais, a origem estaria em outras vidas, ou seja, em outras reencarnações. No que diz respeito à psicanálise e ao budismo, Howard Cutler afirma:
"As duas filosofias acreditam que há algo como o inconsciente que registra eventos do passado e moldam nosso comportamento. (...) A diferença é que, segundo o budismo, esses registros podem ter origem em vidas passadas." (Superinteressante, edição 181, p. 49)
Freud não tratou do problema do ponto de vista religioso, mas evitou descartar a existência de outros fenômenos:
"Embora admitamos que esta observações de maneira alguma esgotam a psicologia da superstição, somo levados a tocar numa questão: se devemos negar inteiramente as raízes reais da superstição, se de fato não existem pressentimentos, sonhos proféticos, experiências telepáticas, manifestações de forças sobrenaturais e coisas semelhantes. Estou longe de pretender condenar cabalmente esses fenômenos dos quais tantas observações detalhadas têm sido feitas inclusive por homens de intelecto destacado e que melhor seria transformar em objeto de outras investigações." (Psicopatologia da Vida Cotidiana, p. 225)
Susan Andrews afirma que "de Williams James a Freud, a psicologia ocidental tem pouco mais de 200 anos. (...) Já psicologia oriental estuda esses estados mentais há cerca de 7.000 anos." (Superinteressante, edição 181, p. 49) Ela está correta. Entretanto, a questão não estaria relacionada ao fato de uma teoria ser recente ou não. Os bons resultados dos novos medicamentos, indicados pelos psiquiatrias, levaram muitos a decretar o fim da psicanálise, o que seria um exagero. Alguns não acreditam na relação entre causa e efeito. O que existiria, a partir de "infinitas relações", seria o caos. (John D. Biroc)
Outros acreditam que a memória que causa o sofrimento desapareceria com a morte do indivíduo, pois ela estaria associada ao cérebro. No final de "Blade Runner", o andróide salva seu caçador e diz:
"Eu vi coisas que você não acreditaria. (...) Todos aqueles momentos estarão perdidos no tempo, como as lágrimas na chuva. É hora de morrer."
A memória seria isso? Ela desapareceria com a morte? A resposta, para Bertrand Russell, seria sim. Para esse pensador, "a memória está claramente ligada a um certo tipo de estrutura cerebral que, ao se degradar com a morte, deve fazer cessar também a memória." (Elogio ao Ócio, p. 136)
O cérebro do homem foi desenvolvido a partir de um processo de evolução de 160.000 anos. (PM History, Februar 2004, p. 45) O "melhoramento genético" do homo sapiens permitiu a criação de um cérebro complexo, o que possibilitou o desenvolvimento de características como emoção, razão e memória. O desaparecimento do corpo representaria o fim de todo o resto? E então, qual seria o caminho? Psicanálise? Espiritismo? Budismo? Teoria do caos? Prozac? Lexotan? Zoloft? Rivotril? É difícil dizer. O que leva a afirmação inicial: não saber a resposta não significa que a dor que o indivíduo sente não seja real.
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... E SE ESSES FOSSEM OS ÚLTIMOS 5 ANOS DE SUA VIDA ?
A vida poderia ser interpretada como um aprendizado.
Ao longo dos anos, o indivíduo vive experiências, basicamente "testes de acerto e erro", na infância, na adolescência e na vida adulta. A somatória de tudo seria o que chamam de maturidade.
Em outras palavras, a questão seria como viver os últimos anos antes da morte.
Dizem que na hora da morte, o indivíduo "vê a história da sua vida". Deve ser lenda. O problema, contudo, não seria avaliar "toda" a vida e sim focar nos últimos momentos, dias e anos.
Ou seja, você aprendeu alguma coisa e passou a viver melhor? Se fosse morrer agora e olhasse para os últimos 5 anos de sua vida, o que você veria? O que você fez?
Um terço você gastou com o sono. E o resto?
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ZEITGEIST & KOSOL
No documentário "Zeitgeist", é afirmado que a educação, nos Estados Unidos, foi substituída pela indústria cultural. As pessoas não lêem livros ou jornais. A informação aparece na televisão. Daí, viria o processo de alienação da população. Tudo isso foi agravado a partir da administração Ronald Reagan. De acordo com Jonathan Kosol, educador e autor de "Savage Inequalities: Children in America's Schools," Reagan, de certa forma, "removeu a consciência das crianças e colocou o egoísmo no lugar. Ronald Reagan foi um gênio. Ele transformou milhões de americanos em pessoas tão egoístas como ele e a sua esposa."
Na opinião de Kosol, o sistema de educação norte-americano foi deixado de lado pelo governo em nome da idéia de livre mercado. Nos Estados Unidos, de acordo com Kosol, "colocava-se mais dinheiro na construção de prisões do que em escolas." As suas declarações são de 1992 e parece que, 9 anos depois, essa mentalidade não mudou muito. Ele destacava a concentração de riqueza, a diminuição da classe média e o aumento da pobreza, o que hoje é visto não apenas nos Estados Unidos como também em outros países do primeiro mundo. Na prática, tratou-se da implantação do modelo neoliberal.
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PALAVRAS E SEXO
As mulheres são sutis. Os homens são explícitos. As mulheres não falam o que desejam, enviam sinais. Os homens são óbvios e não disfarçam o que querem. Olha um exemplo:
[*ver obs. abaixo] "Many people avoid using words during sex because words of desire make them feel too naked and exposed. I can feel that my lover's touch makes me hot, but if I say to him, 'your touch makes me hot,' now I am sure that he knows, and now I am more vulnerable. My words give him power over me, power that comes from knowing his seduction has been successful, from knowing that I want him." [Barbara De Angelis, em 1995, no seu livro: "Real Moments for Lovers" (apud, James R. Petersen, Playboy, September 1996, p. 42)]
Barbara De Angelis usa "pessoas" no início, quando deveria utilizar "mulheres". No resto da citação, ela assume que seria uma mulher diante de um homem e diz que a mulher evita falar pois isso daria poder ao homem na medida em que ele saberia que "sua sedução foi certeira e que a mulher o deseja." Poder e saber, diria Michel Foucault. A questão é: qual seria o problema dele saber que ela o deseja? Falar significaria dar ao outro a certeza de seu poder. Mas, o sexo não deveria estar relacionado a algo emocional e a perda da razão?
O problema é que muitas pessoas, não só as mulheres, usam o sexo como um meio para atingir um objetivo (casamento, dinheiro, um carro novo...) e não percebem que o sexo existe em si, como algo natural e agradável para os envolvidos. É tão bom porque existe a necessidade biológica da procriação, da preservação da espécie... mas na hora do ato, as pessoas não deveriam pensar nisso (nem em outra coisa) e sim deveriam sentir o que a natureza proporciona na "união de dois corpos." Qualquer reflexão sobre os motivos que levariam aquele casal para a cama, deve ser feita antes do sexo. Afinal, na hora do amor, "fuck the rest."
[*obs.: os trechos em inglês podem ser traduzidos automaticamente com a ferramenta de idiomas do Google.]
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DINHEIRO E FAMÍLIA
Quem, em algum momento, não sentiu a pressão dos pais para agir desta ou daquela maneira? A família exerce uma enorme influência na formação do indivíduo. Louis Althusser a coloca entre os aparelhos que existem para controlar uma pessoa, juntamente com a religião, a escola, os meios de comunicação, entre outros. Existem religiões que, para alguém ser (e continuar) membro, precisa obedecer regras ditatoriais, que negam completamente o que poderia ser a vontade do indivíduo.
Após a morte de Michael Jackson, eu vi uma reportagem na TV que mostrava o pai dele (Joseph), no Brasil, com um autor que promovia um livro sobre o cantor. Não era novidade que, quando estava vivo, Michael Jackson odiava o pai e fez de tudo para se afastar das lembranças ruins da infância. Ele disse, uma vez, que fez "Bad" para Joseph, para mostrar a sua independência, seria uma forma de dizer que o pai não o controlava mais.
Joseph explorou Michael e os irmãos na infância. Na vida adulta, continuou incomodando os filhos. E depois da morte do mais famoso deles, ainda teve a coragem em sair em "tour", aproveitando o momento que a mídia destacava a tragédia do filho, para promover um livro sobre o ídolo? Como pode? Os traumas causados na infância não seriam suficientes? Ver filhos com notórios problemas emocionais na vida adulta - como Michael Jackson - não levaria a algum arrependimento? A morte do próprio filho não levaria a alguma reflexão? Parece que não. O dinheiro - representado pela comercialização de músicas, shows e livros - é a prioridade... pelo menos para Joseph Jackson.
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KARL MARX
Ernest Mandel, em 1978, na sua introdução ao segundo volume do Capital (p. 79) de Marx (Editora Penguin) escreveu:
"Following the social explosion initiated in the Western world by May '68 in France, the severe generalized recession of 1974-75 has confirmed Marx's basic analysis. (...) The only possible remedy for economic crises of over-production and social crises of class struggle is the elimination of capitalism and class society. No other solution will be found, either in theory or in practice. This awe-inspiring prediction made by Marx has been borne out by empirical evidence ever since 'Capital' was written. There is no sign that it will be contradicted by current or future developments."
Após as crises de 1968 e de 1974-75, o mundo passou por outras mudanças importantes. O fim do socialismo real nos países do leste europeu, o avanço das tecnologias da informação - a invenção do computador pessoal e da internet - e os ataques de 11 de setembro de 2001 são alguns exemplos. O capitalismo, como sistema de geração de riqueza para uma minoria e exclusão da maioria, continua essencialmente o mesmo. Nisto, não há como negar que, até hoje, a melhor análise feita sobre esse modo de produção foi aquela de Karl Marx.
A solução proposta por Marx era simples, como destaca Mandel: trata-se da "eliminação do capitalismo e da sociedade de classe." Entretanto, isso não aconteceu ainda. As tentativas dos países do leste europeu fracassaram. Países como Cuba e Coréia do Norte são vistos como ditaduras atualmente. Na China, existe um jogo "duplo". De uma lado, são utilizados os símbolos comunistas. A política do partido único, da censura e da falta de liberdade ainda permanecem. Por outro lado, a China tornou-se a maior economia do mundo e incentiva o consumismo.
Com a crise dos países do leste europeu, muitos defenderam "o fim da história" e a vitória do capitalismo, como se isso representasse o fim das contradições. Na verdade, os homens continuam fazendo a sua história, os ricos continuam cada vez mais acumulando capital e a miséria da maioria permanece. A culpa pelo 11 de setembro foi associada aos grupos terroristas islâmicos, o que demonstrou, de fato, que milhões de pessoas, de diferentes culturas e religiões, não aceitam o modo de vida neoliberal que é imposto no processo de globalização. Se antes, ideologicamente, o inimigo era o comunismo, depois de 2001, passou a ser o terrorismo. Inimigo de quem ou do quê? ... da acumulação de capital (para poucos)? do consumismo? da alienação? da miséria da maioria?
Os homens fazem a sua história e ela não acabou. Nesta perspectiva, não é possível determinar o que acontecerá no futuro. Esse discurso que afirma que o neoliberalismo representa o último estágio da história da humanidade é apenas uma ideologia que visa impedir as pessoas de criarem os seus próprios caminhos e viverem as suas experiências.
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PESQUISAS CIENTÍFICAS E TEXTOS OPINATIVOS
Mais de 1.000 pessoas possuem os meus livros impressos da Rápida Editora.
Eu não sei a quantidade de livros vendidos pela Cabral.
Existem inúmeras "xeroxes" dos livros - fato que nunca me incomodou.
Tenho duas teses aprovadas - Mestrado na UFF/RJ em 1992 e Doutorado na PUC/SP em 1999.
Publiquei artigos em revistas científicas.
Nos meus blogs e em alguns livros virtuais (após 2010), os leitores encontrarão textos opinativos.
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GOVERNO PETISTA E CHAVISMO*
(*) Este texto foi escrito em 24 de janeiro de 2011.
Dilma Rousself não é o Lula. O PT é o PT. Passar por cima da Constituição e querer "legislar" sobre o salário mínimo, definindo-o por decreto? Mas não seriam três poderes na República? Uma ditadura acontece quando o executivo assume as funções do legislativo e do judiciário.
Ultimamente, conhecemos esse tipo de ação, na América do Sul, pelo nome de chavismo. Lula tinha simpatias por Chaves e afirmava que não havia ditadura na Venezuela. Ora, um ditador nunca se assume como tal. As propagandas de Hitler e Stalin mostravam esses líderes como representantes do povo.
Existem várias formas de ditadura. No Brasil republicano, por exemplo, tivemos a ditadura de Getúlio Vargas e a ditadura militar. Uma civil e uma militar. Conhecemos do assunto.
O Brasil tem história. Além de ditaduras, tivemos inflação e hiperinflação. Dizem que o povo brasileiro é pacífico. Seriam os ares tropicais?
Aparentemente, alguns líderes esquecem da história e usam essa característica da população para "testar" a legitimidade das instituições. É um risco. Isso é política, diriam outros. Apesar de algo em comum, Lênin e Stalin fizeram governos bem diferentes. Eles eram do mesmo partido. Fizeram história. Servem de exemplos.
Dilma e Lula são do PT. São atuais. Devem aprender, em suas propostas e práticas políticas, com os acertos e os erros dos outros.
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"SERIAL KILLER"
No Brasil, houve uma mini-série com Miguel Falabela que tratava de um personagem que matava noivas. O assunto, porém, parece não chamar tanto a atenção da mídia nacional como acontece, por exemplo, nos Estados Unidos. Por lá, o FBI tem uma unidade só para tratar de casos associados à "behave science" (ciência do comportamento). Os termos mais utilizados nos filmes e na mídia são "psicokiller" e "serial killer". Existem diferenças entre os conceitos, mas quando são usados, a mensagem que passam é uma só: "um criminoso inteligente, sádico e extremamente perigoso." Neste texto, utilizarei o termo "serial killer".
De acordo com FBI, em primeiro lugar, um "serial killer" precisaria ter um grave trauma de infância. Isso definiria o perfil do "serial killer", na medida em que não existe só um tipo.
Em segundo lugar, agora na visão do fascista russo Zhirinovsky, você viveria o auge de suas ações na juventude, pois "um homem depois dos 40 nunca estupra." Isso leva à terceira característica: deve ser do sexo masculino. Os principais casos estudados no mundo dizem respeito às ações dos homens. As mulheres, quando aparecem, são vítimas. Muitos "serial killers" são estupradores ou necrófilos. Nem todos são anti-sociais. Alguns estudam e trabalham normalmente, sendo, assim, difíceis de serem identificados.
Tornou-se comum associar o "serial killer" ao homem com uma inteligência acima do normal, o que não é necessariamente verdade. O "serial killer" não é civilizado, não é ético. Neste sentido, como os animais, segue o seu instinto. Mais do que isso, o "serial killer" é, na prática, um sádico.
Para o FBI, a fantasia é um ponto fundamental no perfil do "serial killer". Ele vive no seu próprio mundo e os outros seriam apenas objetos para a realização de sua fantasia. Nessa visão, a sua fantasia nunca seria completa, o que o levaria a continuar tentando realizá-la com outros "fantoches". Não existiria cura para o "serial killer". Alguns acham que ele seria um doente. Houve teorias que tentavam associar a criminalidade à fatores biológicos, como a estrutura do cérebro do indivíduo.
Algumas características são polêmicas e geram divergências entre os especialistas. Contudo, todos concordam que o "serial killer" é incapaz de viver socialmente, porque ele não tem a percepção do outro.
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SEXO
Qual seria a média de parceiros sexuais que uma pessoa teria ao longo da vida? Essa pergunta não teria sentido algumas décadas atrás, na medida em que as mulheres deveriam casar virgem e o casamento seria baseado na monogamia (principalmente para elas). Hoje em dia é diferente. Assim, a pergunta vale tanto para os homens como para as mulheres.
Num artigo que mostrava os dados de uma pesquisa sobre o comportamento dos homens de diferentes países em relação ao sexo, o número padrão seria acima de 11 pessoas. Em outras palavras, ter relações com até 10 mulheres diferentes seria considerado razoável. Nas respostas afirmativas, os homens brasileiros representavam 55% enquanto os de Taiwan eram só 7%. Os números da Alemanha, França e Grécia foram, respectivamente: 49%, 37% e 42%.
Em um episódio de "Two and Half Men", quando questionado se o "seu número" seria 10, o personagem Charlie Harper responde: "não... é bem acima disso." Nunca me preocupei com este tipo de coisa. Sempre gostei de namorar - normalmente em torno de um ano ou mais - e ser monogâmico. Mas tenho quase 50 anos. Tentei lembrar dos meus relacionamentos. Conclusão? Não seria como a de Charlie... Seria algo que representaria quase o dobro deste número. O meu caso, portanto, confirmaria os dados respondidos pelos brasileiros na pesquisa.
Qual seria o motivo deste comportamento, entre os homens brasileiros? Bem, isso seria um tema interessante para a realização de outra pesquisa. Uma hipótese pode ser o fato do país ser tropical, o que favoreceria um comportamento mais liberal, com modas que enfatizam o uso de pouca roupa e a freqüência em clubes e piscinas, quando os homens se deparam com mulheres bronzeadas em minúsculos biquínis (diferente do que acontece nos Estados Unidos, por exemplo). No entanto, trata-se apenas de uma hipótese. As respostas ficariam mais claras com uma pesquisa ampla.
Obs.: a referência do artigo citado é:
PETERSEN, James R. As the world turns. Playboy, Chicago, 42 (2): 142-145, february 1995.
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CONTATO HUMANO
Não sou uma pessoa de "fácil acesso". Vir ao meu apartamento e tocar o interfone, é um esforço desnecessário, pois ele fica desligado. Uma vez, uma garota esperou um vizinho entrar e entrou junto. Daí, existe outro problema: cortei o fio da campainha. Isso não significa que eu não seja uma pessoa educada. Pelo contrário, quando alguém está comigo, tem toda a atenção do mundo. Eu sou um cavalheiro. O problema é "estar comigo". Eu gosto de escolher com quem sair, com quem conversar e com quem ficar. Não me sinto obrigado a suportar provocações ou ouvir conversas óbvias.
No geral, as pessoas criam imagens dos outros antes de efetivamente conversar ou conhecê-los. O nome disto é preconceito. Não me importo. Sei que o meu comportamento gera fofocas e reforça preconceitos. As pessoas falam mal e inventam coisas a meu respeito. Nada demais. Se eu tentasse agradá-las, essa realidade não mudaria, afinal, falar mal do próximo é um "esporte" nacional.
Já aconteceu de, no meio da noite, tocar o celular ou chegar sms com o aviso: "estou na porta do seu prédio". É difícil saber se estou em casa ou não. Se estou, posso sair na sacada ou descer e conversar com a pessoa ou mesmo convidá-la para subir - algumas vezes, sinto falto deste contato humano. Imagino que, quando isso acontece, a conversa ocorra entre os assuntos que tenho pensado, como a genética e a origem do universo, ou, pelo menos, no que a garota esteja pensando. Entretanto, não existe muito papo. Se uma mulher vai na sua casa de madrugada, ela sabe exatamente o que quer (e você também)... Não me decepciono. Conversar nem sempre é a melhor forma de contato humano.
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POLITICAMENTE CORRETO
Eu não sou viciado em cigarros, bebidas alcoólicas, drogas, sexo, religião ou qualquer outra coisa. Fumo, eventualmente, Cohibas e bebo Jack Daniel's e Heineken. O que eu não suporto é o chamado "politicamente correto", que não é uma lei mas uma "mentalidade" usada por alguns para policiar os outros. Reconheço que isso é mais eficaz do que uma proibição por lei.
De fato, o movimento do "politicamente correto" serve como base para manter ou criar leis que inibem as liberdades dos indivíduos.
Uma vez, um rapaz da Suíça me disse que lá o tráfico era proibido mas o consumo era liberado. Eu perguntei: "como?" Ele disse que quem gostava de fumar maconha, por exemplo, poderia plantar a "cannabis" em casa, para o consumo próprio. Em uma de suas prisões por porte de maconha, Paul McCartney disse que a "cannabis" não fazia mal como os cigarros e as bebidas alcoólicas, o que é verdade.
Nos Estados Unidos, na década de 1920, a lei seca proibiu o consumo de bebidas alcoólicas em todo o país. Resolveu? Não. Foi criado um comércio ilegal e mais indivíduos passaram "a beber em excesso." (William J. Helmer) Se o crime organizado no Brasil foi resultado do contato entre presos comuns e presos políticos na ditadura militar, nos Estados Unidos, foi a partir da proibição das bebidas alcoólicas que o crime organizado ganhou todo o país. A lei seca não deu certo e o consumo voltou a ser liberado.
Este exemplo é usado no debate sobre as drogas. A proibição torna caro o preço do produto e os viciados precisam roubar para poder consumir, o que aumenta os índices de criminalidade. Por causa do tráfico, aumenta também o processo de corrupção de policiais e autoridades governamentais. É criado um ciclo de violência que prejudica sobretudo os cidadãos comuns. Quem viu Tropa de Elite 2, percebeu que o problema não é só um caso de repressão policial. Não é também algo localizado, que aconteceria somente num bairro ou numa cidade. Trata-se de um problema internacional. Por enquanto, parece não haver interesse me solucionar a questão e sim usar a luta contra as drogas como um discurso ideológico. Em outras palavras, como não existe mais o fantasma do comunismo, a droga tornou-se a principal causa de todos os problemas sociais.
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REACIONÁRIOS
Ted Nugent diz que " se você está na América, deve falar em inglês" - como se essa fosse a língua "natural" daquele território. Ele esquece que antes dos ingleses chegarem por lá, havia índios, assim como em outras terras do continente. Outro erro é referir aos Estados Unidos como "América", como se fosse um único país num único continente. O certo é Estados Unidos da América do Norte - que faz divisa com dois outros países: Canadá e México. Existem ainda a América Central e a América do Sul, com vários países cada uma.
Esse tipo de discurso reacionário é a base da letra de "One in a Million" do Guns n' Roses:
"Police and niggers, that's right
Get out of my way
(...) Immigrants and faggots
They make no sense to me
They come to our country
And think they'll do as they please."
Mais uma vez, o discurso contra os imigrantes, que são tratados como invasores. Axl Rose, em sua música, amplia o seu ódio, atacando os negros, os homossexuais e os policiais. A música encontra-se no CD "Lies". Posteriormente, Rose tentou se justificar e no show em homenagem ao Freddy Mercury, cantou junto com Elton John. Entretanto, parece que não convenceu muita gente.
As agressões contra imigrantes são comuns nos países europeus. Políticos de extrema direita simplesmente defendem a expulsão deles do continente. Recentemente, no Brasil, houve atos de homofobia. A intolerância nem sempre é reprimida adequadamente pelas autoridades, o que acaba servindo de incentivo para outros ataques e manifestações reacionárias seja na música ou em outros meios de comunicação.
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A EDUCAÇÃO BRASILEIRA
Este texto é uma pequena homenagem ao Prof. Dr. Bernard Bernadino, um dos maiores educadores que eu conheci.
Nos oito anos do governo Lula, houve um desprezo quanto à educação. O presidente se elogiava por não ter estudado e ter chegado ao executivo federal. Dizia que não precisava saber línguas estrangeiras, pois era acompanhado de especialistas em suas viagens internacionais. Quando tinha oportunidade, criticava os bolsistas do doutorado, como se eles fossem desnecessários. Além da grande expansão no número de faculdades particulares, houve a dispensa em massa de professores com doutorado e mestrado. Era reforçada a mentalidade de que conhecimento não era importante. O exemplo começava na presidência da República.
O resultado disto tudo será percebido principalmente a longo prazo. Os sinais, contudo, começaram na gestão do presidente petista. Um deles foi o agravamento da indisciplina e da falta de respeito ao professor em todo o país. Em 2009, um professor foi assassinado por drogados, em sala de aula, na frente dos alunos. Em 2010, ocorreram outros casos graves. Em Porto Alegre, um aluno de uma escola técnica quebrou os dois braços da professora por causa de uma nota "C". Em Belo Horizonte, numa faculdade particular - Instituto Isabela Hendrix -, um aluno, que havia sido reprovado, matou um professor com facadas. O docente faleceu dentro da sala de aula.
Em dezembro de 2010, este tema tornou-se pauta do "Profissão Repórter" da TV Globo. Foram citadas várias escolas e depoimentos de diretores, professores e alunos. Numa escola estadual em Florianópolis, em virtude de uma agressão contra a diretora, os professores entraram em greve. Maurício, professor de História, estava bastante desanimado, pois não conseguia controlar os alunos. Só metade, de quem estava na sala, prestava atenção no que o professor dizia e ainda era agredida pelos alunos indisciplinados. Em depoimento, a professora Elizabeth disse que quando pensava em sala de aula, sentia depressão e náusea. E completou: "cansei de remar contra a maré e não volto à sala de aula." Numa escola municipal do Rio de Janeiro, o diagnóstico de outra professora foi de Transtorno Pós-Traumático. O caso era tão grave, que a professora tinha medo de sair na rua. Na sua opinião, além do que os alunos faziam, havia falta de apoio da direção da escola.
Diante deste quadro, uma das primeiras propagandas do governo Dilma foi uma que destacava a profissão e a importância do professor. Auto-crítica do PT? Não. O fato é que ninguém quer ser professor. Como as escolas e as faculdades funcionariam sem os professores? O que os filhos ficariam fazendo enquanto os pais estão trabalhando? Eles vão para as escolas... mas... e se não existirem professores? Pior: com a desqualificação da profissão, qualquer um poderia entrar na sala de aula e se apresentar como "professor" - sem ter formação adequada. Já imaginou? Além da violência e do erotismo que aparecem na TV, os filhos estariam entregues diariamente, nas escolas, nas mãos de profissionais sem qualificação. Três "aparelhos" (como diria Althusser) básicos na formação do cidadão: a família (ausência dos pais), a escola e os meios de comunicação, sobretudo a TV... dá para imaginar o resultado? Se, hoje em dia, as pessoas reclamam que não existe mais respeito à autoridade e o que se vê é uma violência absurda no cotidiano, o que ocorrerá daqui alguns anos, quando as crianças e os adolescentes desta geração chegarem à vida adulta? Assustador? "Welcome to the future..."
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A ORIGEM DA DOR
... E SE ESSES FOSSEM OS ÚLTIMOS 5 ANOS DE SUA VIDA ?
ZEITGEIST & KOSOL
PALAVRAS E SEXO
DINHEIRO E FAMÍLIA
KARL MARX
PESQUISAS CIENTÍFICAS E TEXTOS OPINATIVOS
GOVERNO PETISTA E CHAVISMO
"SERIAL KILLER"
SEXO
CONTATO HUMANO
POLITICAMENTE CORRETO
REACIONÁRIOS
A EDUCAÇÃO BRASILEIRA
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A ORIGEM DA DOR
A dor para o indivíduo não é subjetiva ou relativa. Ela é real. Para resolver uma "conseqüência" deve ser procurada a "causa".
Para Freud, a origem estaria no inconsciente e a solução seria o tratamento com a terapia, a conversa entre o psicanalista e o paciente. Para os psiquiatras e os neurocientistas, a origem seria orgânica e o tratamento seria feito com remédios. Para os espíritas e alguns adeptos das teorias orientais, a origem estaria em outras vidas, ou seja, em outras reencarnações. No que diz respeito à psicanálise e ao budismo, Howard Cutler afirma:
"As duas filosofias acreditam que há algo como o inconsciente que registra eventos do passado e moldam nosso comportamento. (...) A diferença é que, segundo o budismo, esses registros podem ter origem em vidas passadas." (Superinteressante, edição 181, p. 49)
Freud não tratou do problema do ponto de vista religioso, mas evitou descartar a existência de outros fenômenos:
"Embora admitamos que esta observações de maneira alguma esgotam a psicologia da superstição, somo levados a tocar numa questão: se devemos negar inteiramente as raízes reais da superstição, se de fato não existem pressentimentos, sonhos proféticos, experiências telepáticas, manifestações de forças sobrenaturais e coisas semelhantes. Estou longe de pretender condenar cabalmente esses fenômenos dos quais tantas observações detalhadas têm sido feitas inclusive por homens de intelecto destacado e que melhor seria transformar em objeto de outras investigações." (Psicopatologia da Vida Cotidiana, p. 225)
Susan Andrews afirma que "de Williams James a Freud, a psicologia ocidental tem pouco mais de 200 anos. (...) Já psicologia oriental estuda esses estados mentais há cerca de 7.000 anos." (Superinteressante, edição 181, p. 49) Ela está correta. Entretanto, a questão não estaria relacionada ao fato de uma teoria ser recente ou não. Os bons resultados dos novos medicamentos, indicados pelos psiquiatrias, levaram muitos a decretar o fim da psicanálise, o que seria um exagero. Alguns não acreditam na relação entre causa e efeito. O que existiria, a partir de "infinitas relações", seria o caos. (John D. Biroc)
Outros acreditam que a memória que causa o sofrimento desapareceria com a morte do indivíduo, pois ela estaria associada ao cérebro. No final de "Blade Runner", o andróide salva seu caçador e diz:
"Eu vi coisas que você não acreditaria. (...) Todos aqueles momentos estarão perdidos no tempo, como as lágrimas na chuva. É hora de morrer."
A memória seria isso? Ela desapareceria com a morte? A resposta, para Bertrand Russell, seria sim. Para esse pensador, "a memória está claramente ligada a um certo tipo de estrutura cerebral que, ao se degradar com a morte, deve fazer cessar também a memória." (Elogio ao Ócio, p. 136)
O cérebro do homem foi desenvolvido a partir de um processo de evolução de 160.000 anos. (PM History, Februar 2004, p. 45) O "melhoramento genético" do homo sapiens permitiu a criação de um cérebro complexo, o que possibilitou o desenvolvimento de características como emoção, razão e memória. O desaparecimento do corpo representaria o fim de todo o resto? E então, qual seria o caminho? Psicanálise? Espiritismo? Budismo? Teoria do caos? Prozac? Lexotan? Zoloft? Rivotril? É difícil dizer. O que leva a afirmação inicial: não saber a resposta não significa que a dor que o indivíduo sente não seja real.
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... E SE ESSES FOSSEM OS ÚLTIMOS 5 ANOS DE SUA VIDA ?
A vida poderia ser interpretada como um aprendizado.
Ao longo dos anos, o indivíduo vive experiências, basicamente "testes de acerto e erro", na infância, na adolescência e na vida adulta. A somatória de tudo seria o que chamam de maturidade.
Em outras palavras, a questão seria como viver os últimos anos antes da morte.
Dizem que na hora da morte, o indivíduo "vê a história da sua vida". Deve ser lenda. O problema, contudo, não seria avaliar "toda" a vida e sim focar nos últimos momentos, dias e anos.
Ou seja, você aprendeu alguma coisa e passou a viver melhor? Se fosse morrer agora e olhasse para os últimos 5 anos de sua vida, o que você veria? O que você fez?
Um terço você gastou com o sono. E o resto?
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ZEITGEIST & KOSOL
No documentário "Zeitgeist", é afirmado que a educação, nos Estados Unidos, foi substituída pela indústria cultural. As pessoas não lêem livros ou jornais. A informação aparece na televisão. Daí, viria o processo de alienação da população. Tudo isso foi agravado a partir da administração Ronald Reagan. De acordo com Jonathan Kosol, educador e autor de "Savage Inequalities: Children in America's Schools," Reagan, de certa forma, "removeu a consciência das crianças e colocou o egoísmo no lugar. Ronald Reagan foi um gênio. Ele transformou milhões de americanos em pessoas tão egoístas como ele e a sua esposa."
Na opinião de Kosol, o sistema de educação norte-americano foi deixado de lado pelo governo em nome da idéia de livre mercado. Nos Estados Unidos, de acordo com Kosol, "colocava-se mais dinheiro na construção de prisões do que em escolas." As suas declarações são de 1992 e parece que, 9 anos depois, essa mentalidade não mudou muito. Ele destacava a concentração de riqueza, a diminuição da classe média e o aumento da pobreza, o que hoje é visto não apenas nos Estados Unidos como também em outros países do primeiro mundo. Na prática, tratou-se da implantação do modelo neoliberal.
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PALAVRAS E SEXO
As mulheres são sutis. Os homens são explícitos. As mulheres não falam o que desejam, enviam sinais. Os homens são óbvios e não disfarçam o que querem. Olha um exemplo:
[*ver obs. abaixo] "Many people avoid using words during sex because words of desire make them feel too naked and exposed. I can feel that my lover's touch makes me hot, but if I say to him, 'your touch makes me hot,' now I am sure that he knows, and now I am more vulnerable. My words give him power over me, power that comes from knowing his seduction has been successful, from knowing that I want him." [Barbara De Angelis, em 1995, no seu livro: "Real Moments for Lovers" (apud, James R. Petersen, Playboy, September 1996, p. 42)]
Barbara De Angelis usa "pessoas" no início, quando deveria utilizar "mulheres". No resto da citação, ela assume que seria uma mulher diante de um homem e diz que a mulher evita falar pois isso daria poder ao homem na medida em que ele saberia que "sua sedução foi certeira e que a mulher o deseja." Poder e saber, diria Michel Foucault. A questão é: qual seria o problema dele saber que ela o deseja? Falar significaria dar ao outro a certeza de seu poder. Mas, o sexo não deveria estar relacionado a algo emocional e a perda da razão?
O problema é que muitas pessoas, não só as mulheres, usam o sexo como um meio para atingir um objetivo (casamento, dinheiro, um carro novo...) e não percebem que o sexo existe em si, como algo natural e agradável para os envolvidos. É tão bom porque existe a necessidade biológica da procriação, da preservação da espécie... mas na hora do ato, as pessoas não deveriam pensar nisso (nem em outra coisa) e sim deveriam sentir o que a natureza proporciona na "união de dois corpos." Qualquer reflexão sobre os motivos que levariam aquele casal para a cama, deve ser feita antes do sexo. Afinal, na hora do amor, "fuck the rest."
[*obs.: os trechos em inglês podem ser traduzidos automaticamente com a ferramenta de idiomas do Google.]
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DINHEIRO E FAMÍLIA
Quem, em algum momento, não sentiu a pressão dos pais para agir desta ou daquela maneira? A família exerce uma enorme influência na formação do indivíduo. Louis Althusser a coloca entre os aparelhos que existem para controlar uma pessoa, juntamente com a religião, a escola, os meios de comunicação, entre outros. Existem religiões que, para alguém ser (e continuar) membro, precisa obedecer regras ditatoriais, que negam completamente o que poderia ser a vontade do indivíduo.
Após a morte de Michael Jackson, eu vi uma reportagem na TV que mostrava o pai dele (Joseph), no Brasil, com um autor que promovia um livro sobre o cantor. Não era novidade que, quando estava vivo, Michael Jackson odiava o pai e fez de tudo para se afastar das lembranças ruins da infância. Ele disse, uma vez, que fez "Bad" para Joseph, para mostrar a sua independência, seria uma forma de dizer que o pai não o controlava mais.
Joseph explorou Michael e os irmãos na infância. Na vida adulta, continuou incomodando os filhos. E depois da morte do mais famoso deles, ainda teve a coragem em sair em "tour", aproveitando o momento que a mídia destacava a tragédia do filho, para promover um livro sobre o ídolo? Como pode? Os traumas causados na infância não seriam suficientes? Ver filhos com notórios problemas emocionais na vida adulta - como Michael Jackson - não levaria a algum arrependimento? A morte do próprio filho não levaria a alguma reflexão? Parece que não. O dinheiro - representado pela comercialização de músicas, shows e livros - é a prioridade... pelo menos para Joseph Jackson.
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KARL MARX
Ernest Mandel, em 1978, na sua introdução ao segundo volume do Capital (p. 79) de Marx (Editora Penguin) escreveu:
"Following the social explosion initiated in the Western world by May '68 in France, the severe generalized recession of 1974-75 has confirmed Marx's basic analysis. (...) The only possible remedy for economic crises of over-production and social crises of class struggle is the elimination of capitalism and class society. No other solution will be found, either in theory or in practice. This awe-inspiring prediction made by Marx has been borne out by empirical evidence ever since 'Capital' was written. There is no sign that it will be contradicted by current or future developments."
Após as crises de 1968 e de 1974-75, o mundo passou por outras mudanças importantes. O fim do socialismo real nos países do leste europeu, o avanço das tecnologias da informação - a invenção do computador pessoal e da internet - e os ataques de 11 de setembro de 2001 são alguns exemplos. O capitalismo, como sistema de geração de riqueza para uma minoria e exclusão da maioria, continua essencialmente o mesmo. Nisto, não há como negar que, até hoje, a melhor análise feita sobre esse modo de produção foi aquela de Karl Marx.
A solução proposta por Marx era simples, como destaca Mandel: trata-se da "eliminação do capitalismo e da sociedade de classe." Entretanto, isso não aconteceu ainda. As tentativas dos países do leste europeu fracassaram. Países como Cuba e Coréia do Norte são vistos como ditaduras atualmente. Na China, existe um jogo "duplo". De uma lado, são utilizados os símbolos comunistas. A política do partido único, da censura e da falta de liberdade ainda permanecem. Por outro lado, a China tornou-se a maior economia do mundo e incentiva o consumismo.
Com a crise dos países do leste europeu, muitos defenderam "o fim da história" e a vitória do capitalismo, como se isso representasse o fim das contradições. Na verdade, os homens continuam fazendo a sua história, os ricos continuam cada vez mais acumulando capital e a miséria da maioria permanece. A culpa pelo 11 de setembro foi associada aos grupos terroristas islâmicos, o que demonstrou, de fato, que milhões de pessoas, de diferentes culturas e religiões, não aceitam o modo de vida neoliberal que é imposto no processo de globalização. Se antes, ideologicamente, o inimigo era o comunismo, depois de 2001, passou a ser o terrorismo. Inimigo de quem ou do quê? ... da acumulação de capital (para poucos)? do consumismo? da alienação? da miséria da maioria?
Os homens fazem a sua história e ela não acabou. Nesta perspectiva, não é possível determinar o que acontecerá no futuro. Esse discurso que afirma que o neoliberalismo representa o último estágio da história da humanidade é apenas uma ideologia que visa impedir as pessoas de criarem os seus próprios caminhos e viverem as suas experiências.
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PESQUISAS CIENTÍFICAS E TEXTOS OPINATIVOS
Mais de 1.000 pessoas possuem os meus livros impressos da Rápida Editora.
Eu não sei a quantidade de livros vendidos pela Cabral.
Existem inúmeras "xeroxes" dos livros - fato que nunca me incomodou.
Tenho duas teses aprovadas - Mestrado na UFF/RJ em 1992 e Doutorado na PUC/SP em 1999.
Publiquei artigos em revistas científicas.
Nos meus blogs e em alguns livros virtuais (após 2010), os leitores encontrarão textos opinativos.
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GOVERNO PETISTA E CHAVISMO*
(*) Este texto foi escrito em 24 de janeiro de 2011.
Dilma Rousself não é o Lula. O PT é o PT. Passar por cima da Constituição e querer "legislar" sobre o salário mínimo, definindo-o por decreto? Mas não seriam três poderes na República? Uma ditadura acontece quando o executivo assume as funções do legislativo e do judiciário.
Ultimamente, conhecemos esse tipo de ação, na América do Sul, pelo nome de chavismo. Lula tinha simpatias por Chaves e afirmava que não havia ditadura na Venezuela. Ora, um ditador nunca se assume como tal. As propagandas de Hitler e Stalin mostravam esses líderes como representantes do povo.
Existem várias formas de ditadura. No Brasil republicano, por exemplo, tivemos a ditadura de Getúlio Vargas e a ditadura militar. Uma civil e uma militar. Conhecemos do assunto.
O Brasil tem história. Além de ditaduras, tivemos inflação e hiperinflação. Dizem que o povo brasileiro é pacífico. Seriam os ares tropicais?
Aparentemente, alguns líderes esquecem da história e usam essa característica da população para "testar" a legitimidade das instituições. É um risco. Isso é política, diriam outros. Apesar de algo em comum, Lênin e Stalin fizeram governos bem diferentes. Eles eram do mesmo partido. Fizeram história. Servem de exemplos.
Dilma e Lula são do PT. São atuais. Devem aprender, em suas propostas e práticas políticas, com os acertos e os erros dos outros.
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"SERIAL KILLER"
No Brasil, houve uma mini-série com Miguel Falabela que tratava de um personagem que matava noivas. O assunto, porém, parece não chamar tanto a atenção da mídia nacional como acontece, por exemplo, nos Estados Unidos. Por lá, o FBI tem uma unidade só para tratar de casos associados à "behave science" (ciência do comportamento). Os termos mais utilizados nos filmes e na mídia são "psicokiller" e "serial killer". Existem diferenças entre os conceitos, mas quando são usados, a mensagem que passam é uma só: "um criminoso inteligente, sádico e extremamente perigoso." Neste texto, utilizarei o termo "serial killer".
De acordo com FBI, em primeiro lugar, um "serial killer" precisaria ter um grave trauma de infância. Isso definiria o perfil do "serial killer", na medida em que não existe só um tipo.
Em segundo lugar, agora na visão do fascista russo Zhirinovsky, você viveria o auge de suas ações na juventude, pois "um homem depois dos 40 nunca estupra." Isso leva à terceira característica: deve ser do sexo masculino. Os principais casos estudados no mundo dizem respeito às ações dos homens. As mulheres, quando aparecem, são vítimas. Muitos "serial killers" são estupradores ou necrófilos. Nem todos são anti-sociais. Alguns estudam e trabalham normalmente, sendo, assim, difíceis de serem identificados.
Tornou-se comum associar o "serial killer" ao homem com uma inteligência acima do normal, o que não é necessariamente verdade. O "serial killer" não é civilizado, não é ético. Neste sentido, como os animais, segue o seu instinto. Mais do que isso, o "serial killer" é, na prática, um sádico.
Para o FBI, a fantasia é um ponto fundamental no perfil do "serial killer". Ele vive no seu próprio mundo e os outros seriam apenas objetos para a realização de sua fantasia. Nessa visão, a sua fantasia nunca seria completa, o que o levaria a continuar tentando realizá-la com outros "fantoches". Não existiria cura para o "serial killer". Alguns acham que ele seria um doente. Houve teorias que tentavam associar a criminalidade à fatores biológicos, como a estrutura do cérebro do indivíduo.
Algumas características são polêmicas e geram divergências entre os especialistas. Contudo, todos concordam que o "serial killer" é incapaz de viver socialmente, porque ele não tem a percepção do outro.
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SEXO
Qual seria a média de parceiros sexuais que uma pessoa teria ao longo da vida? Essa pergunta não teria sentido algumas décadas atrás, na medida em que as mulheres deveriam casar virgem e o casamento seria baseado na monogamia (principalmente para elas). Hoje em dia é diferente. Assim, a pergunta vale tanto para os homens como para as mulheres.
Num artigo que mostrava os dados de uma pesquisa sobre o comportamento dos homens de diferentes países em relação ao sexo, o número padrão seria acima de 11 pessoas. Em outras palavras, ter relações com até 10 mulheres diferentes seria considerado razoável. Nas respostas afirmativas, os homens brasileiros representavam 55% enquanto os de Taiwan eram só 7%. Os números da Alemanha, França e Grécia foram, respectivamente: 49%, 37% e 42%.
Em um episódio de "Two and Half Men", quando questionado se o "seu número" seria 10, o personagem Charlie Harper responde: "não... é bem acima disso." Nunca me preocupei com este tipo de coisa. Sempre gostei de namorar - normalmente em torno de um ano ou mais - e ser monogâmico. Mas tenho quase 50 anos. Tentei lembrar dos meus relacionamentos. Conclusão? Não seria como a de Charlie... Seria algo que representaria quase o dobro deste número. O meu caso, portanto, confirmaria os dados respondidos pelos brasileiros na pesquisa.
Qual seria o motivo deste comportamento, entre os homens brasileiros? Bem, isso seria um tema interessante para a realização de outra pesquisa. Uma hipótese pode ser o fato do país ser tropical, o que favoreceria um comportamento mais liberal, com modas que enfatizam o uso de pouca roupa e a freqüência em clubes e piscinas, quando os homens se deparam com mulheres bronzeadas em minúsculos biquínis (diferente do que acontece nos Estados Unidos, por exemplo). No entanto, trata-se apenas de uma hipótese. As respostas ficariam mais claras com uma pesquisa ampla.
Obs.: a referência do artigo citado é:
PETERSEN, James R. As the world turns. Playboy, Chicago, 42 (2): 142-145, february 1995.
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CONTATO HUMANO
Não sou uma pessoa de "fácil acesso". Vir ao meu apartamento e tocar o interfone, é um esforço desnecessário, pois ele fica desligado. Uma vez, uma garota esperou um vizinho entrar e entrou junto. Daí, existe outro problema: cortei o fio da campainha. Isso não significa que eu não seja uma pessoa educada. Pelo contrário, quando alguém está comigo, tem toda a atenção do mundo. Eu sou um cavalheiro. O problema é "estar comigo". Eu gosto de escolher com quem sair, com quem conversar e com quem ficar. Não me sinto obrigado a suportar provocações ou ouvir conversas óbvias.
No geral, as pessoas criam imagens dos outros antes de efetivamente conversar ou conhecê-los. O nome disto é preconceito. Não me importo. Sei que o meu comportamento gera fofocas e reforça preconceitos. As pessoas falam mal e inventam coisas a meu respeito. Nada demais. Se eu tentasse agradá-las, essa realidade não mudaria, afinal, falar mal do próximo é um "esporte" nacional.
Já aconteceu de, no meio da noite, tocar o celular ou chegar sms com o aviso: "estou na porta do seu prédio". É difícil saber se estou em casa ou não. Se estou, posso sair na sacada ou descer e conversar com a pessoa ou mesmo convidá-la para subir - algumas vezes, sinto falto deste contato humano. Imagino que, quando isso acontece, a conversa ocorra entre os assuntos que tenho pensado, como a genética e a origem do universo, ou, pelo menos, no que a garota esteja pensando. Entretanto, não existe muito papo. Se uma mulher vai na sua casa de madrugada, ela sabe exatamente o que quer (e você também)... Não me decepciono. Conversar nem sempre é a melhor forma de contato humano.
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POLITICAMENTE CORRETO
Eu não sou viciado em cigarros, bebidas alcoólicas, drogas, sexo, religião ou qualquer outra coisa. Fumo, eventualmente, Cohibas e bebo Jack Daniel's e Heineken. O que eu não suporto é o chamado "politicamente correto", que não é uma lei mas uma "mentalidade" usada por alguns para policiar os outros. Reconheço que isso é mais eficaz do que uma proibição por lei.
De fato, o movimento do "politicamente correto" serve como base para manter ou criar leis que inibem as liberdades dos indivíduos.
Uma vez, um rapaz da Suíça me disse que lá o tráfico era proibido mas o consumo era liberado. Eu perguntei: "como?" Ele disse que quem gostava de fumar maconha, por exemplo, poderia plantar a "cannabis" em casa, para o consumo próprio. Em uma de suas prisões por porte de maconha, Paul McCartney disse que a "cannabis" não fazia mal como os cigarros e as bebidas alcoólicas, o que é verdade.
Nos Estados Unidos, na década de 1920, a lei seca proibiu o consumo de bebidas alcoólicas em todo o país. Resolveu? Não. Foi criado um comércio ilegal e mais indivíduos passaram "a beber em excesso." (William J. Helmer) Se o crime organizado no Brasil foi resultado do contato entre presos comuns e presos políticos na ditadura militar, nos Estados Unidos, foi a partir da proibição das bebidas alcoólicas que o crime organizado ganhou todo o país. A lei seca não deu certo e o consumo voltou a ser liberado.
Este exemplo é usado no debate sobre as drogas. A proibição torna caro o preço do produto e os viciados precisam roubar para poder consumir, o que aumenta os índices de criminalidade. Por causa do tráfico, aumenta também o processo de corrupção de policiais e autoridades governamentais. É criado um ciclo de violência que prejudica sobretudo os cidadãos comuns. Quem viu Tropa de Elite 2, percebeu que o problema não é só um caso de repressão policial. Não é também algo localizado, que aconteceria somente num bairro ou numa cidade. Trata-se de um problema internacional. Por enquanto, parece não haver interesse me solucionar a questão e sim usar a luta contra as drogas como um discurso ideológico. Em outras palavras, como não existe mais o fantasma do comunismo, a droga tornou-se a principal causa de todos os problemas sociais.
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REACIONÁRIOS
Ted Nugent diz que " se você está na América, deve falar em inglês" - como se essa fosse a língua "natural" daquele território. Ele esquece que antes dos ingleses chegarem por lá, havia índios, assim como em outras terras do continente. Outro erro é referir aos Estados Unidos como "América", como se fosse um único país num único continente. O certo é Estados Unidos da América do Norte - que faz divisa com dois outros países: Canadá e México. Existem ainda a América Central e a América do Sul, com vários países cada uma.
Esse tipo de discurso reacionário é a base da letra de "One in a Million" do Guns n' Roses:
"Police and niggers, that's right
Get out of my way
(...) Immigrants and faggots
They make no sense to me
They come to our country
And think they'll do as they please."
Mais uma vez, o discurso contra os imigrantes, que são tratados como invasores. Axl Rose, em sua música, amplia o seu ódio, atacando os negros, os homossexuais e os policiais. A música encontra-se no CD "Lies". Posteriormente, Rose tentou se justificar e no show em homenagem ao Freddy Mercury, cantou junto com Elton John. Entretanto, parece que não convenceu muita gente.
As agressões contra imigrantes são comuns nos países europeus. Políticos de extrema direita simplesmente defendem a expulsão deles do continente. Recentemente, no Brasil, houve atos de homofobia. A intolerância nem sempre é reprimida adequadamente pelas autoridades, o que acaba servindo de incentivo para outros ataques e manifestações reacionárias seja na música ou em outros meios de comunicação.
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A EDUCAÇÃO BRASILEIRA
Este texto é uma pequena homenagem ao Prof. Dr. Bernard Bernadino, um dos maiores educadores que eu conheci.
Nos oito anos do governo Lula, houve um desprezo quanto à educação. O presidente se elogiava por não ter estudado e ter chegado ao executivo federal. Dizia que não precisava saber línguas estrangeiras, pois era acompanhado de especialistas em suas viagens internacionais. Quando tinha oportunidade, criticava os bolsistas do doutorado, como se eles fossem desnecessários. Além da grande expansão no número de faculdades particulares, houve a dispensa em massa de professores com doutorado e mestrado. Era reforçada a mentalidade de que conhecimento não era importante. O exemplo começava na presidência da República.
O resultado disto tudo será percebido principalmente a longo prazo. Os sinais, contudo, começaram na gestão do presidente petista. Um deles foi o agravamento da indisciplina e da falta de respeito ao professor em todo o país. Em 2009, um professor foi assassinado por drogados, em sala de aula, na frente dos alunos. Em 2010, ocorreram outros casos graves. Em Porto Alegre, um aluno de uma escola técnica quebrou os dois braços da professora por causa de uma nota "C". Em Belo Horizonte, numa faculdade particular - Instituto Isabela Hendrix -, um aluno, que havia sido reprovado, matou um professor com facadas. O docente faleceu dentro da sala de aula.
Em dezembro de 2010, este tema tornou-se pauta do "Profissão Repórter" da TV Globo. Foram citadas várias escolas e depoimentos de diretores, professores e alunos. Numa escola estadual em Florianópolis, em virtude de uma agressão contra a diretora, os professores entraram em greve. Maurício, professor de História, estava bastante desanimado, pois não conseguia controlar os alunos. Só metade, de quem estava na sala, prestava atenção no que o professor dizia e ainda era agredida pelos alunos indisciplinados. Em depoimento, a professora Elizabeth disse que quando pensava em sala de aula, sentia depressão e náusea. E completou: "cansei de remar contra a maré e não volto à sala de aula." Numa escola municipal do Rio de Janeiro, o diagnóstico de outra professora foi de Transtorno Pós-Traumático. O caso era tão grave, que a professora tinha medo de sair na rua. Na sua opinião, além do que os alunos faziam, havia falta de apoio da direção da escola.
Diante deste quadro, uma das primeiras propagandas do governo Dilma foi uma que destacava a profissão e a importância do professor. Auto-crítica do PT? Não. O fato é que ninguém quer ser professor. Como as escolas e as faculdades funcionariam sem os professores? O que os filhos ficariam fazendo enquanto os pais estão trabalhando? Eles vão para as escolas... mas... e se não existirem professores? Pior: com a desqualificação da profissão, qualquer um poderia entrar na sala de aula e se apresentar como "professor" - sem ter formação adequada. Já imaginou? Além da violência e do erotismo que aparecem na TV, os filhos estariam entregues diariamente, nas escolas, nas mãos de profissionais sem qualificação. Três "aparelhos" (como diria Althusser) básicos na formação do cidadão: a família (ausência dos pais), a escola e os meios de comunicação, sobretudo a TV... dá para imaginar o resultado? Se, hoje em dia, as pessoas reclamam que não existe mais respeito à autoridade e o que se vê é uma violência absurda no cotidiano, o que ocorrerá daqui alguns anos, quando as crianças e os adolescentes desta geração chegarem à vida adulta? Assustador? "Welcome to the future..."
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